quinta-feira, 19 de novembro de 2009

CSB – A Casa da América Latina na rádio

No passado dia 12 de Novembro, a Casa da América Latina recebeu dois convidados para o programa de rádio.

O primeiro a ser entrevistado foi Pedro Muñoz, violetista, e não violinista, pois toca viola de arco, um instrumento que se encontra, dentro dos instrumentos de corda, entre o violino e o violoncelo.
Trabalhou no São Carlos, na Orquestra Sinfónica Portuguesa, o que considerou uma boa experiência. Há catorze anos que vive em Portugal, mas tem uma ligação forte ao seu país de origem, a Venezuela, que considera ter um sistema educacional de sucesso. Nesse sentido, aqui em Portugal, é coordenador pedagógico do projecto Geração, na Amadora, para levar a música às escolas.
Esta foi uma entrevista muito interessante que abordou ainda a sua vida enquanto latino-americano em Portugal. Para finalizar, Pedro Muñoz contribuiu com uma pequena peça de Bach tocada em viola de arco.

O segundo entrevistado foi o brasileiro Juva Batella, autor do livro O verso da Língua, recentemente editado pela Editorial Presença, que vive em Lisboa e se apaixonou por Portugal.
Durante a sua entrevista foram abordados, de um modo interessante e divertido, temas polémicos e muito actuais como o acordo ortográfico e as diferenças na forma como portugueses e brasileiros tratam a língua portuguesa.



terça-feira, 10 de novembro de 2009

Conferência Going Caribbean

No dia 4 de Novembro de 2009 a Casa da América Latina recebeu Kristian van Haesendonck do Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que organizou este encontro, o escritor panamenho Luis Pullido Ritter, autor da novela “Recuerdo Panamá”, Ana Silvia Reynoso de Abud, Embaixadora da República Dominicana, e a Primeira Secretária da Embaixada de Cuba, Ivette García González, para uma mesa integrada no colóquio Going Caribbean.


Aqui se discutiram temas como as cidades das Caraíbas, as suas características e a forma como são retratadas na literatura caribenha. Focaram-se os traços das gentes do Caribe e do ambiente inspirador daqueles lugares.

Para além disso, foram referidas as influências e a complexidade da literatura caribenha, nomeadamente os problemas de comunicação que existem entre os vários países que compõem o Caribe, o que também se traduz depois nas políticas editoriais de cada país.

Café-concerto: “Sotaques”, com Sílvia Nazário e Rogério Charraz

“O sal das minhas lágrimas de amor criou o mar, que existe entre nós dois para nos unir e separar.”

Vinicius de Moraes


No dia 26 de Outubro, Jorge Palma, Rui Veloso, Carlos do Carmo, Sérgio Godinho e Zeca Afonso encontraram Tom Jobim, Ernesto Nazareth, Chico Buarque, Catulo da Paixão, Ginga e Vital Farias. Com o projecto “Sotaques”, Sílvia Nazário e Rogério Charraz tem a intenção de realçar a harmonia entre duas culturas – a portuguesa e a brasileira – que naturalmente são tão próximas: pela língua, pela história, pela música. Cada uma única e inconfundível, revelam novos tons quando misturadas, abrindo espaço para uma criatividade infindável.


Silvia Nazário

Cantora, compositora e intérprete. Natural de Maceió, Alagoas, Brasil, foi premiada, em 1989, com o Troféu Caymmi (criado em homenagem ao mestre Dorival

Caymmi, distingue os eventos culturais mais importantes na história da música na Bahia), arrecadando dois troféus – Melhor Intérprete e Melhor Direcção

Musical – pelo espectáculo “Catavento”, junto com Claudio Kumar. Nos anos 90 fixa-se em Portugal, onde gravou o cd “Tupi Mata Verde” (1999), elogiado pela

crítica, e em 2000, produziu o single de sua autoria “Heróis da Paz” – cantado em inglês e português, em comemoração ao Ano da Cultura da Paz, com o apoio

da UNESCO. Tem também composto para teatro infantil e programas de televisão, destacando “Flauta de Pã” para o Teatro da Trindade (1992), “Piu Piu –

Quem tem medo já fugiu” – Fundação Gulbenkian e Teatro da Barraca (1994) e “Tinoni”para a SIC (1997/2000).

Mais informações em www.myspace.com/silvianazario e www.myspace.com/sotaques

A Metropolitana na Casa da América Latina – Recital de Violino

A Casa da América Latina recebeu o segundo de quatro concertos de música de câmara organizados em parceria com a Metropolitana. Foi a 24 de Outubro e contou com o músico Alexêi Tolpygo, num recital de violino onde foram apresentadas obras de Bach, Hindemith e do jovem compositor mexicano Miguel Angel Almaguer Molina.


Alexêi Tolpygo

Nasceu em Moscovo em 1965. Formou-se no Instituto Superior de Música e Pedagogia de Gnêssin, onde obteve o Diploma de Licenciatura em 1990. Em 1987 ingressou na Orquestra Filarmónica de Moscovo. Colaborou também com as orquestras "Soviet Festival Orquestra"e "State Chamber Orquestra", com quem actuou em mais de 30 países. Em 1991 foi convidado a integrar um grupo de música de câmara intitulado "Moscow Piano Quartet", quarteto que veio residir para Portugal em 1993, a convite da Escola Profissional de Arcos do Estoril. Desde então, tem efectuado inúmeros concertos no país e no estrangeiro. Entre 1996 e 2000 foi violinista da Orquestra Metropolitana de Lisboa e professor na Academia Nacional Superior de Orquestra. De 2000 até 2005 trabalhou na Orquestra Nacional do Porto. Formou o Trio Portus Cale, com o qual participou com muito êxito no festival “Noites de Massarelos” no Porto. Em Setembro de 2005 voltou à Orquestra Metropolitana de Lisboa na qualidade de Solista B. Participa na Orquestra Utópica, nos concertos na Casa da Música, no Porto, e na Culturgest. Entre 2007 e 2009 esteve na Rússia, integrando a Orquestra Nacional Russa. Neste período participou no Brahms Trio. Regressou na temporada 2009/10 à Orquestra Metropolitana de Lisboa.



Próximos concertos:

29 de Janeiro 2010
Duo de Clarinete e Percussão - Jorge Camacho (clarinete), Fernando Llopis (percussão).
Obras de Louie, Blanton e Parker.

26 de Fevereiro 2010
Quarteto de Sopros - Bryony Middleton (oboé), Jêrome Arnouf (trompa) Jorge Camacho (clarinete), Bertrand Raoulx (fagote).
Obras de Villa-Lobos e Mignone.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

CSB – A Casa da América Latina na rádio



“Uno de los puntos del espacio que contiene todos los puntos… El lugar donde están, sin confundirse, todos los lugares del orbe, vistos desde todos los ángulos…
Cada cosa (la luna del espejo, digamos) era infinitas cosas, porque yo claramente la veía desde todos los puntos del universo”

Jorge Luis Borges


A Casa da América Latina e a Rádio CSB (105.4 MHz) apresentam o programa ALEPH, em referência ao conto de Jorge Luis Borges, conduzido pelo jornalista Paulo Sérgio dos Santos. Trata-se de um programa generalista dedicado à actualidade latino-americana. Com gravação aberta ao público na Casa da América Latina, o programa segue o género talk show, com entrevistas a convidados com experiências e projectos de relevo relacionados com a América Latina.

Nesta primeira gravação ao vivo, que ocorreu no dia 22 de Outubro, aproveitámos a vinda do artista e pedagogo Daniel Azulay a Portugal para uma conversa sobre arte, educação, sustentabilidade e responsabilidade social. Conversámos também com Claudio Hochman, encenador, dramaturgo e autor argentino com um trabalho intenso entre Portugal (para os Teatro da Trindade, Teatro Nacional Dona Maria II e Teatro Aveirense, entre outros) e Espanha, onde tem participado em festivais e recebido inúmeros prémios. O programa contou ainda com a participação artística de Sílvia Nazário, intérprete e compositora brasileira, em Portugal desde 1990.


Paulo Sérgio dos Santos

Nasceu em 1975, em Cascais. Licenciado em Comunicação, é actualmente doutorando pela Universidade Complutense de Madrid, em Ciências da Informação. Começa na Rádio Renascença em 1995, com 19 anos – o mais jovem locutor à época. Na RR até 2006, foi responsável pela autoria, coordenação e apresentação dos programas «Sociedade do Conhecimento», «Câmara dos Comuns» e «Diário de Bordo». É ex-Director de Programas da RCP – Rádio Clube Português.


Próximo gravação ao vivo:
19 de Novembro, com os convidados Pedro Saglimbeni Muñoz (venezuelano, primeiro violino na Orquestra Sinfónica Portuguesa), Horacio Puebla, (argentino, director criativo da Leo Burnett e recentemente premiado em Cannes) e José Mário Silva (jornalista, crítico literário e moderador do Clube de Leitura das Américas, uma parceria Casa da América Latina / Quetzal).

Daniel Azulay em Lisboa a celebrar 30 anos de carreira

Daniel Azulay, pedagogo e artista plástico brasileiro que marcou várias gerações de crianças a partir dos anos 70, comemora 30 anos de carreira em Portugal. Assim, a Casa da América Latina recebe a exposição “A Porta” e o atelier para crianças “Algodão Doce”.

Inaugurada no dia 20 de Outubro na Casa da América Latina, “A Porta” é a quarta exposição de Daniel Azulay na Europa, depois de duas mostras na Finlândia, "The Door" - AVA Galleria (2007) e “Cores Tropicais” - Centro Cultural Poleeni de Pieksämäki (2009); e na Suécia, Estocolmo, com “The Beginning of Life 1” - GalleriArtes Brasil (2007). A mostra traz ao público português a visão criativa de um artista versátil que, ao longo de uma consistente carreira, atingiu grande maturidade no campo da pintura contemporânea.


Na manhã de sábado, 24 de Outubro, a Casa da América Latina recebeu um grupo de crianças para o atelier de desenho “Algodão Doce” conduzido pelo próprio Daniel Azulay. Daniel era interactivo, mesmo antes deste conceito entrar na moda. O termo reciclagem ainda nem existia e ele já propunha às crianças o uso pioneiro de lixo doméstico, a reutilização de materiais de forma criativa. E foi sob este mote que o atelier decorreu.

Daniel Azulay
É um dos grandes ídolos da geração que cresceu nos anos 70 e 80 no Brasil. A sua presença na televisão marcou uma época. Ao contrário de outros apresentadores, que se limitavam a uma pequena interacção com o público e a exibir desenhos animados estrangeiros, Daniel foi dos primeiros apresentadores infantis a estimular as crianças a pensar por si próprias e a desenvolver a criatividade através da arte. Artista plástico e gráfico, Daniel Azulay foi, na época, um grande difusor do desenho artístico e da tradição oral dos contadores de histórias.

Clube de Leitura das Américas - 2666, de Roberto Bolaño

Dia 12 de Outubro coincidiu com a abertura do Clube de Leitura das Américas. Criativo e lúdico, o Clube, criado em parceria com a Quetzal, é um espaço de debate e discussão sobre livros escolhidos da série américas - linha da editora que traz a Portugal o melhor da literatura latino-americana contemporânea - e da série língua comum, dedicada a autores brasileiros. Sob a orientação José Mário Silva, os 3 primeiros encontros incidem sobre o mais recente lançamento da série américas, 2666, do chileno Roberto Bolaño.


Roberto Bolaño
(Santiago do Chile 1953 – Barcelona 2003). É considerado um dos mais importantes escritores latino-americanos da sua geração. Entre outros prémios, como o Rómulo Gallegos ou o Herralde, Roberto Bolaño já não pôde receber o prestigiado National Book Critics Circle Award, o da Fundación Lara, o Salambó, o Ciudad de Barcelona, o Santiago de Chile ou o Altazor, atribuídos a 2666, unanimemente considerado um fenómeno literário. A publicação de 2666 em Espanha e nos Estados Unidos resultou num caso raro de popularidade a que aos jornais de referência passaram a chamar “Bolañomania”.


José Mário Silva
Jornalista, é coordenador da secção de Livros do suplemento Actual (Expresso), colaborador da revista Ler e mantém o blogue www.bibliotecariodebabel.com


Próximas sessões sobre 2666*:
02 de Novembro e 16 de Novembro.

* Participação mediante inscrição. A participação é gratuita e os membros do clube beneficiam de 10% de desconto na aquisição dos livros.

A Europa na Literatura Latino-Americana – Nápoles em Gabriel García Márquez

Mais uma estreia no mês de Outubro: o ciclo de encontros “A Europa na Literatura Latino Americana”, no dia 7 de Outubro. Leitura encenada de textos de autores latino-americanos com cidades europeias como pano de fundo: onde o Velho Continente não é mera paisagem e culturas, ambientes e imaginários europeus marcam as narrativas. Através da leitura e comentário, procura-se entrever como isso acontece. Todos os textos foram traduzidos de espanhol para português em exclusivo para a Casa da América Latina.


O projecto começou pela cidade de Nápoles, com o conto “Dezassete Ingleses Envenenados”, de Gabriel García Márquez: “Uma velha senhora sul-americana desembarca em Nápoles para concretizar o sonho da sua vida: conhecer o papa. O que encontra é uma cidade que não consegue entender, com uma vida intensa que, aos seus olhos, é simplesmente caótica e incompreensível.”



Próximos encontros:

23 de Novembro – A cidade de Istambul em Luis Sepúlveda, na obra “Diário de un Killer Sentimental”
16 de Dezembro – Espanha em Alejo Carpentier, na obra “La Consagración de la Primavera”